sábado, 1 de janeiro de 2011

Ein: Frieza


                Domingo, seis horas da manhã. O marido tira os sapatos antes de entrar em casa para não acordá-la. Ela está na cozinha comendo o bolo de laranja feito na véspera e bebendo café (sem leite, sem açúcar).
         Ele toma uma ducha e dorme no quarto de hóspedes: não percebe que a esposa já havia acordado. Sonha com a aventura que tivera sem Ein; sem satisfações; sem dó nem piedade. Acorda se sentindo o rei dos crápulas. A pobre Ein deve ter passado a noite toda aos prantos enquanto ele se divertia com outras mulheres. A coitadinha devia estar tendo pesadelos no quarto do casal, sem saber que ele já estava em casa. Jurou a si mesmo que nunca mais faria aquilo. Quando desceu, não encontrou a esposa em lugar algum.

         Ein estava ministrando uma palestra sobre Fisioterapia Ortomolecular. Passou o sábado inteiro estudando, dando uma pausa apenas para fazer um bolo de laranja – que ela adorava. Dormiu tranqüila. Acordou tranqüila. Ouviu o marido chegar em casa quando já estava quase pronta. Ignorou. “Não tenho saco pra ficar me preocupando com essas porcarias”.

Nenhum comentário: