╬ "Sorte de hoje:
Em breve você mudará seu método de trabalho atual"
Ah não! Adeus, vida sedentária! u.u'


Sabe, nem sempre aquilo que você procura é fácil de achar. Às vezes você pensa que encontrou, mas...Logo percebe que não é o que você achava que fosse.
Eu só queria saber onde acaba a ilusão, onde acaba a realidade...

Hoje de manhã eu estava "ensaiando" um texto pra postar aqui. Como já disse no demonsmille, tô precisando de metáforas. Aqui vão elas... ╬

Fazia muito frio enquanto Ela observava a chuva pela janela. Mesmo assim, não podia suportar a idéia de ficar em casa. Vestiu-se com roupas quentes e confortáveis, e apesar de os pés estarem gelados, calçou apenas um par de meias. Pegou um livro, a chave de casa, um pote de mel e saiu.
Assim que ela pôs os pés na calçada, a chuva cessou. Sorte ou azar? "Sorte!", Ela pensou. Começou a caminhar, evitando as poças de água, que estavam limpas. No caminho, haviam inúmeras casas, árvores, e pessoas andando de bicicleta. Ela ia observando a paisagem, achando horrendas as rosas vermelhas. Até que, sentado à sombra de uma árvore, Ela avistou um mendigo. Ah quanto tempo não via mendigos? Apesar do frio que sentia, resolveu dedicar um pouco do seu tempo ao mendigo sentado logo a frente.
- Oi? - disse meio tímida.
O mendigo, que estava cabisbaixo, ergueu a cabeça. Ambos assustaram-se. O mendigo era o seu "inimigo mortal", a quem ela otrora amaldiçoara por tudo que este a fez. Mas naquele momento, tudo o que Ela conseguiu sentir foi compaixão. Um sentimento caloroso em seu peito. Não, não era compaixão. Era mais que isso. Ela não pensou duas vezes, e agiu quase que por instinto. Pegou a chave no bolso do casaco, e entregou-a ao mendigo. Este olhou-a sem entender, e depois sorriu. Ela sorriu de volta.
- Mude o seu rumo, vá para o norte! - foi a única coisa que o mendigo disse, levantando-se.
Ela continuou onde estava, sem entender.
- Vá, vá para o norte! - o mendigo pôs-se a andar na direção da casa verde.
Olhou para trás, e Ela ainda estava lá.
- Para o norte! NORTE! - gritou pela última vez o mendigo, dando-lha as costas novamente.
Por isso Ela não esperava. Uma mudança de rumo. Mas resolveu obedecer ao inimigo, enfiando-se no meio das árvores, rumo ao norte.
Quando se distanciou de onde se passara o recente episódio, começou a cantarolar para abafar a solidão.
- Há! Há! Há! Há! Há! Há!
Ela olhou em volta assustada. De onde veio aquela risada?
- E eu que pensava que cantava mal...Há! Há! Há! - disse um rapaz de pele muito branca e cabelos negros, com ar zombador.
Ela riu.
- Ah, não é assim tão ruim...
- Se você está dizendo... - o rapaz aproximou-se. - O que você está fazendo aqui? Está perdida?
- Claro que não! Estou indo para o norte.
- Como sabe que o norte é pra esse lado?
- É só saber onde o sol nasce, oras!
- Sol? E aonde você viu o sol?
Ela encarou-o por um tempo. Aquilo não fazia sentido. "Ele só pode estar brincando...", pensou.
- Aonde mais poderia ser? No céu!
O rapaz, meio incrédulo, olhou para o céu.
- Não vejo sol algum.
Ela observou o rapaz, que olhava para cima. Era muito estranho, e aquela palidez a assustou.
Decidiu ir andando sem que ele a visse.
Caminhou com passos rápidos, sem olhar pra trás. Quando achou que já tinha andado o bastante, parou pra descansar.
- Eu não acredito que você foi sem me mostrar o sol.
Ela gelou.
- Escuta, menina, você é muito estranha. Por que andas por aí de meias?
- Você é que é estranho. Por que é tão pálido?
Olharam-se por um longo tempo.
- Para onde exatamente você vai?
- Para o norte, já disse.
- Mas para onde do norte??
Ela pensou um pouco.
- Não sei...- respondeu.
- Só porque eu mandei você ir para o norte é que você está indo?
- VOCÊ? Não, não foi você!
- Claro que fui eu.
- Quem é você?
- Eu sou tudo e todos. Eu sou você. Eu sou o sol.
O sol surgiu, mais forte, como se tivesse acabado de nascer.
Ela então percebeu que o rapaz não tinha sombra.
Olhou para o céu, mas o sol quase cegou-a. Quando olhou para onde o rapaz estivera, não o encontrou.
Caminhou até encontrar um lago. Banhou-se, bebeu daquela água. Depois sentou na beira do lago, e começou a lambuzar-se com o mel.
O que aconteceria agora?
Meninas esperam assim...